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As gerações estão invertidas?

      Esquecemos diariamente nas entrelinhas da rotina a importância do que de fato é viver. Felicidade efêmera é o status mais singelo para classificar facebook e instagram, diria que a vida é celebrada em fotos e esquecida 5 minutos depois. Somos seres manipulados pelo crescimento desenfreado da falta de privacidade. Reconheço que julgar felicidade é primitivo, o que é felicidade para mim não necessariamente é para o outro. Adolescentes com mais de 30 e adultos de quase 12 anos, assim é a realidade. Adultos que ainda estão no ensino fundamental e adolescentes que completam seus 30 anos ou mais e que ainda não se deram conta do que é vida. Somos esse vulcão em erupção, movidos pela tecnologia e consumismo. Queremos mais, sempre mais. Celulares de última geração, carros importados, roupas de marca e infinitas fotos publicadas como sinônimo de felicidade e status. Uma geração que chega agora talvez nunca saberá a importância do descanso na rede e das horas sem fim de um jogo de tabuleiro. Gerações perdidas em litros de cerveja e risadas sem conteúdo. Pressionados pela carência, falta e solidão, escondem dentro de si a dúvida do que querem e se expressam de forma vazia ao relento. Vida noturna desenfreada, bar, bebida, amizades vazias e quando verdadeiras, admiráveis. 



Gerações que ganham pouco e gastam muito, que prezam o dinheiro e não a experiência. Sufocados pela existência sem perspectiva, caminhando por caminhos vazios e sob a luz negra da balada. Adolescentes de mais de 30 anos, acompanhados da idade estampada na carteira de habilitação mas que não sabem explicar o que fazem de suas vidas. São almas vazias, preocupadas com o nada e com o bolso. Crianças multitarefas e cheias de aborrencimento, estressadas pelo jogo que não ganhou ou pela falta de bateria no tablet. Vivemos um século perdido entre nossas essências, pedimos mais do que agradecemos, esquecemos que viver tem hora marcada, que viver intensamente não é abandonar valores e ideais, tão pouco a caridade. Vivemos em mundos recheados de informações, muito acesso às notícias e guerras. Aos que leem esse texto, sintam se privilegiados pelo que têm e saibam valorizar isso. Sejamos mais, sejamos bons. Que a nossa vontade de um mundo melhor não seja definida por páginas de um arquivo digital, pronto para condenar a nossa inteligência. Que viver não seja só trabalhar, mas que seja também dedicar um tempo ao que realmente importa, ao que é verdadeiro, à essência, aos amigos e familiares. Que não se torne banal dizer eu te amo, que o amor continue piegas, retrô, romântico. Que amar ainda seja sinônimo de fidelidade, cumplicidade e principalmente de lealdade. Temos uma vida inteira nas mãos, cada um com sua hora marcada para se despedir. Que a vida seja leve e principalmente que transborde amor, amor sincero, real. Amor não é só presença física, é também saudade. Amor se não cultivado, se esconde nas entrelinhas da rotina e se perde. Sejamos bons jogadores desse jogo que se chama vida, que não seja tarde acordar a humanidade para o que realmente importa nessa e em todas as outras vidas, nada é tão mais valioso que o prazer dos olhos nos olhos, da pele na pele, do amor sobre todas as outras coisas. 

Ressignifique se. 
Amanhã poderá ser tarde demais.

Até breve,
Luciana C.

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