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Metamorfose Ambulante

Nunca fui de balada, bares e muita gente, mas sempre preferi a noite. Essa a qual me refiro tem como teto o céu de estrelas, o som do mar bravo, a lua iluminando a sombra e as cigarras cantando. Sou da praia, da roupa leve, sem etiqueta, cabelo bagunçado e com cheiro de maresia, sem maquiagem ou qualquer “apetrecho”, caiçara mesmo. Mas gosto do dia também, do sol, da água de coco gelada e da pele cheirando protetor solar, queimada de sol. 

Pintura de índia


Eu sou quase uma mulher beirando os trinta, mas gosto de ser bicho grilo de alma livre e berço de palha. Apesar desse jeito meio largada e distraída, morro de medo de qualquer inseto que voa, mas depois fico rindo a toa quando lembro dos micos que pago por aí, faz parte desse enredo que eu mesma sambo. Gosto do amor tanto quanto a abelha do mel, o macaco da banana e o rato do queijo, sou menina do mar, de melanina carioca e sotaque paulista, sem rótulos. Cigana de outras vidas, sem rumo ou endereço, daquelas que se adapta em qualquer lugar. Sou bicho do mato e falo pouco, mas a risada aqui é frouxa. Minha paixão é viajar, nada me deixa mais feliz que isso na vida, esse prazer eu desconheço igual e se conhecer dispenso. Sou chata ora ou outra, mas um copão de açaí me deixa bem humorada em 2 segundos. 

Sou mais menina que mulher e a vida me bate bastante por isso, mas tá bom também, a vida é muito generosa comigo e sou grata por essa benção. Já me culpei demais por erros e tropeços, mas aceitei que eles fazem parte desse processo de evolução natural e passam. Aceitei também que não posso agradar a todos, afinal também sei os que não me agradam e tudo certo, livre arbítrio. A vida - como sempre digo - é uma passagem com hora marcada, cada um sabe a melhor forma de aproveitar essa viagem e isso é o bastante. Por aqui me basta ter familiares incríveis que me amam, irmãos maravilhosos que me motivam a ser melhor a cada dia, um amor de alma livre e coração de oceano que me completa e me faz incrivelmente feliz, além de amigos de longa data que mesmo em outras cidades são pra vida inteira e provam isso todos os dias. A vida é isso, amar ser quem você é e isso lhe bastar, sem se importar tanto com o que os outros vão pensar ou dizer, porque sempre vão falar e tudo bem também. 

Meditação


Eu gosto mesmo é de andar descalço, cabelo sem pentear e shorts rasgado. Eu gosto de brisa leve, pele bronzeada e histórias de pescador. De lagarta à borboleta. Eu gosto mesmo é de ser essa tal “ metamorfose ambulante “ de Raul Seixas e ter o “ Pensamento tão livre quanto o céu” de Maria Gadú. Namastê.


Amor & Luz,
Luciana C.

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