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Começo esse texto com uma frase célebre de Clarice Lispector: “Quem caminha sozinho pode até chegar mais rápido, mas aquele que vai acompanhado, com certeza vai mais longe”.
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Muitas vezes é difícil não se vencer pelo cansaço da quarentena, as relações há muito tempo já não sabiam como ser vividas na prática, em um mundo tão conectado e acelerado era quase impossível pensar na possibilidade de tantos dias com a nossa família dentro de casa, em contrapartida outros lutam contra a solidão em seus aposentos aguardando o decreto do fim.
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A quarentena nos serve como meio de reflexão para o novo mundo, uma nova vida. Penso que nada nesse mundo é por acaso, há séculos o planeta terra passa por drásticas mudanças físicas, de clima e eixo, natural que para um planeta de bilhões de anos é dado que se regenere vez ou outra já que nós, meros habitantes deste mundo, não o fazemos. Com ou sem pandemia vivíamos em bolhas de egocentrismo, a tecnologia nos ajudou a sermos prisioneiros de nós mesmos dia após dia, esquecemos que a vida é só uma jornada com início, meio e fim e que daqui não levaremos nada, exceto o que aprendemos e aplicamos para o bem maior.
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O momento é de nos conectarmos com o amor universal, fraternal e familiar, enquanto não aprendermos o recado é impossível transformar o nosso habitat em mundo ideal. É preciso aprender que todos somos um, coletivo, plural. A Pandemia, ainda que muito triste e tão avassaladora quanto um tsunami, é mais um meio de nos conectarmos entre si, mergulhar no interior da alma para que em alguns dias seja possível respirar ar puro, abraçar a própria luz e sombra. De tudo o que podemos ver, ouvir e ler nos últimos dias, é natural absorver o que de pior pode nos acontecer, mas se mais uma vez errarmos em não nos reconhecermos como um só, será ainda mais difícil.
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Estamos em um processo natural da evolução humana e planetária, lembre-se que há alguns anos ou talvez séculos atrás viveu-se diversas doenças, guerras e catástrofes também, hoje passamos por mais um momento de reflexão do ser. Nada nos é dado sem que possamos aguentar, o mundo se une por um bem maior e o nosso papel é ajudarmos uns aos outros, fazendo nossa parte e doando um pouco de nossa solidariedade com os que agora e após essa crise irão precisar de nós.
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Enquanto uns pensam na economia e no dinheiro como caminho de sucesso do mundo, se esquecem que só no dicionário o dinheiro vem antes da vida, já outros pensam qual a melhor forma de ajudar os que nesse momento estão passando dificuldades, se ajudarmos uns aos outros será mais fácil vencer o medo do futuro. Pequenas empresas, comércios e autônomos irão precisar de apoio, cabe a nós não soltarmos as mãos uns dos outros, façamos a nossa parte em ajudar e mais uma vez, sem pânico, sem alimentar o medo e a angústia do amanhã, é hora de pensarmos no hoje.
Transmita solidariedade, forças, energias positivas e um pouco do seu tempo para mudar o que tantos temem colapsar. Não podemos depender de governo, esse é só um caminho de manter a ordem e o povo, mas não a sobrevivência do todo. O dever de todos nós é sermos resilientes em um momento tão rude e difícil, fazendo a nossa parte e ajudando ao próximo com o pouco que podemos já estamos fazendo o bem. Enquanto aplaudimos sentados em nossas casa as grandes empresas e milionários que se dispõem a ajudar o governo, hospitais e outros setores envolvidos em cessar a pandemia, nós como pequenos trabalhadores e ínfimos diante do 1% que move o país financeiramente, seremos os grandes heróis de uma economia que pode crescer se deixarmos de olhar apenas para o próprio umbigo e a partir de agora ser a ferramenta que irá ajudar o outro a também se reerguer e manter dignamente o prato de comida na mesa.
Não é preciso ir tão longe, basta abrir os olhos para ver o mundo ao seu redor e perguntar ao padeiro, mecânico, jardineiro, diarista, porteiro e muitos outros que esquecemos de dar bom dia regularmente e oferecer o mínimo, eles e muitos outros precisam de nós.
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Sabe aqueles 200 reais que você gasta no supermercado? Gaste os mesmos 200 reais no mercadinho do seu bairro. As grandes empresas conseguirão sobreviver, o mercadinho do seu bairro não. Se disponha a pagar a conta de luz da sua diarista, ligue na farmácia do bairro e não nas grandes redes de drogaria, compre dos pequenos enquanto não falta aos grandes, se fizermos um pouco cada um em breve todos estarão em liberdade novamente, enquanto isso a natureza lá fora se regenera do mal que causamos e o ar puro será tão puro como jamais visto antes.
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Luciana.
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